segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

OneNote, EverNote, Tablets e Cadernos de anotações



Neste fim de semana, navegando na Internet, me deparei com dois artigos: Handwritten e Writer's craft is now a ghost in the machine, que fazem pensar sobre a durabilidade dos arquivos digitais em relação aos arquivos físicos ou palpáveis. Embora tenhamos tantas facilidades hoje, como computadores, tablets e smartphones que permitem anotar, tirar fotos, gravar, editar vídeos e postar tudo isso direto na Internet de maneira praticamente instantânea; nunca produzimos tanta informação, mas também nunca perdemos tanta informação, pois quantos formatos de arquivo já ficaram obsoletos, quantos HD's já estragaram irremediavelmente, muitos pendrives e cartões de memória simplesmente pararam de funcionar. Quanto conteúdo perdido, apagado da existência, de uma forma que não vai mais poder ser recuperada, pois só existia virtualmente. Ao contrário, as fotos, cartas, documentos e cadernos de anotações são meios físicos, embora estejam sujeitos as agruras do tempo e a acidentes como água e fogo, tem se mostrado mais resistentes que os meios digitais em termos históricos.
Estamos em um momento delicado na questão da preservação do conhecimento, ao mesmo tempo que os meios eletrônicos nos dão a possibilidade de produzir, reproduzir e distribuir facilmente um conteúdo, também tornam estas informações "fantasmas", seres incorpóreos que existem somente na forma eletrônica. Uma das soluções encontradas pelos historiadores é a impressão dos documentos, a revelação das fotos e transformação dos vídeos em DVD's ou até filmes de acetato. Dar corpo a este material minimiza a perda, mas não substitui o ato de ler um manuscrito com suas páginas rasuradas, suas palavras riscadas e substituídas, seus rabiscos e anotações. Enfim, com o processo mental do criador. 
Ainda vamos demorar um tempo para chegar a um meio termo sobre a preservação do conhecimento que estamos produzindo, mas até lá, não largo meu caderno de anotações.

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